Os 25 anos de Batman – O Retorno e algumas curiosidades do filme

Os 25 anos de Batman – O Retorno e algumas curiosidades do filme

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Batman – O Retorno completou exatamente 25 anos neste 19 de junho e por eu ter uma relação muito especial com esse filme, achei que essa data não poderia passar em branco. Afinal, ele foi o primeiro filme que eu assisti no cinema.

Se por acaso você nunca viu, uma rápida pesquisa de imagens na internet já é suficiente para imaginar como o visual bizarro dos personagens conseguiu marcar um garoto de cinco anos de idade que nunca tinha ido ao cinema. Não me lembro se já havia assistido ao anterior – o do Coringa do Jack Nicholson – na TV, mas considerando que em 1992 ainda estávamos numa era pré-internet, era bem comum sequer ter ouvido falar da existência de um filme.

Hoje, graças ao fácil acesso à informação, sabemos até o que rolou nos bastidores da produção. Por isso, preparei uma lista com seis coisas bem interessantes do filme. Confira:

1. Diretor com controle criativo

Depois do sucesso de Batman, de 1989, a Warner Bros. queria uma sequência, mas trazer de volta o diretor Tim Burton não foi tão fácil. O acordo entre eles só foi fechado depois que o estúdio garantiu o controle criativo ao diretor, que ainda pôde escolher o roteirista Daniel Waters para reescrever o roteiro que já tinha sido escrito por Sam Hamm. Já para garantir o retorno do Michael Keaton no papel principal, só foi preciso aumentar o cachê do ator.

2. O Batman fala pouco

Michael Keaton mandou cortar mais da metade de suas falas que estavam no roteiro, não porque ele não tivesse gostado do que estava escrito, mas porque o ator achava que o uniforme falava muito mais do que qualquer palavra. E mesmo que não seja considerado o melhor Batman, dá para dizer que o Keaton entendeu o que funcionava no personagem e dentro do filme ficou muito bom.

3. Miau

A Mulher-Gato inicialmente seria vivida pela atriz Annette Bening, mas ela ficou grávida e acabou desistindo do papel. Quem assumiu seu lugar foi Michelle Pfeiffer, que apesar de não conhecer pessoalmente o diretor Tim Burton na época, já havia trabalhado em filmes com algum reconhecimento do público e da crítica, como Scarface, Feitiço de Áquila e As Bruxas de Eastwick. Então não foi à toa que a atriz chegou recebendo um cachê bem maior do que o que Annette Bening receberia, e acabou arrebentando no papel.

4. “Belo Passarinho”

Não houve qualquer efeito especial ou truque na cena em que a Mulher-Gato coloca um passarinho vivo na boca, fica com ele por alguns instantes, e depois o cospe fora. A cena foi rodada num take só, e segundo a atriz, na época ela nem pensou em todas as doenças que poderia ter pego por colocar um pássaro vivo na boca.

5. Nada de 9 vidas

No roteiro, a Mulher-Gato morria no final do filme. Toda aquela história de ter 9 vidas nunca foi de verdade. No entanto, as primeiras exibições teste com o público mostraram uma reação positiva à personagem, e a Warner queria que ela pudesse retornar no futuro. Por conta disso, a produção teve que rodar a cena final com ela encarando o Bat-sinal duas semanas antes da estreia do filme. E como a atriz Michelle Pfeiffer estava indisponível no momento, tiveram que usar uma dublê na cena. O importante é que no fim nem deu para perceber.

6. Precisamos vender bonequinhos

Diferente do filme anterior, em que Tim Burton redefiniu o Homem-Morcego para toda uma geração acostumada com o Batman da série de TV dos anos 60, Batman – O Retorno foi pensado dentro do estúdio como os filmes de super-heróis de hoje são pensados: com o marketing para vender produtos. O grande problema é que ele foi mais violento e menos amigável para as crianças do que seu antecessor. Basta imaginar como eles devem ter quebrado a cabeça para tentar vender brinquedinhos em rede de fast-food com um Pinguim babando uma gosma preta.

Ainda que o filme tenha conseguido 266 milhões de dólares na bilheteria (o que era um bom número na época), ele ficou mais de 145 milhões abaixo do primeiro Batman, de 1989. Somando isso ao fato da Warner querer vender mais bonequinhos do herói, o diretor Tim Burton foi dispensado do terceiro filme, ouvindo do estúdio que este recebera milhares de cartas de pais preocupados porque Batman – O Retorno havia assustado seus filhos.

Michael Keaton decidiu deixar o papel um pouco depois disso, após ler o roteiro do que viria a ser o ‘Batman Eternamente’ dirigido pelo Joel Schumacher. Em seu lugar entrou Val Kilmer e o resto é história.

Essa versão do Batman acabou assim, mas influenciou em certos aspectos a série animada dos anos 90, que muitos consideram a melhor adaptação do herói para a tela. Batman – O Retorno pode não ser o favorito dos fãs (que por algum motivo preferem o Nolan rs), mas não dá para negar que foi um capítulo importante na história do Cavaleiro das Trevas no cinema.

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