Crítica: Faroeste Caboclo

Crítica: Faroeste Caboclo

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Depois do nem tão bem sucedido Somos Tão Jovens, confesso que depositei todas as minhas esperanças, minha infância ouvindo Legião Urbana, nesse filme. E que feliz surpresa foi ver essa “adaptação” feita com maestria, fazendo com que todos ficassem cantando baixinho pedaços da música durante as cenas mais impactantes e chorando com essa linda história de amor que podemos nos orgulhar de ser inteiramente nacional.

Acho difícil conhecer alguém que não saiba a história de Faroeste Caboclo. Em uma era que não existia internet e Facebook, a diversão e o desafio era aprender a letra toda da música e mostrar pros amiguinhos o quão inteligente você era… eram tempos difíceis, amigos! Mas vai lá pra quem não conhece: o filme é inspirado na música Faroeste Caboclo, escrita pelo mestre Renato Russo, e interpretado pelo Legião Urbana, que conta a história de um menino pobre chamado João (e não, o sobrenome dele não era Santo Cristo, ele morava em Santo Cristo) que decide abandonar a sua vida pobre no interior da Bahia para tentar a sorte em Brasília. Ajudado pelo primo (de segundo/terceiro grau, algo assim) Pablo, um peruano que vivia na Bolívia (“e muitas coisas trazia de láááá” Não? Ok, desculpa, não canto mais), ele se torna carpinteiro e também se envolve com o tráfico de drogas. Um dia, por acaso, ele conhece Maria Lúcia, a menina linda para quem Santo Cristo promete o seu coração. Os dois começam a namorar, mas João se envolve cada vez mais com o tráfico de drogas e conhece seu maior inimigo: o playboy e traficante Jeremias, rival nos negócios e no coração de Maria Lúcia. E daí é só ladeira abaixo na vida de João de Santo Cristo, e embora eu ache que todo mundo saiba o final do filme (gente, é só ouvir a música!) prometo que paro por aqui para não ser acusada de spoiller… rs.

Uma história maravilhosa e um filme bem feito: É assim que dá pra resumir Faroeste Caboclo. Com um roteiro e fotografia muito bem feitos, o filme também conta com interpretações maravilhosas tanto do elenco principal como o de apoio. Assim que vocês virem o filme, me digam como não amar o Pablo? (Sim, eu sei que ele é traficante. Mas lembrem-se que João de Santo Cristo também não é nenhum anjo). Ísis Valverde provou mais uma vez que Deus não é justo, e que além de ser linda e ter um corpão, ainda atua muitíssimo bem, obrigada. Ela me fez amar e sofrer pela Maria Lúcia, e logo eu, que ao ouvir a música chamava a personagem de nomes nada lisonjeiros (quem nunca?).

Para quem está se perguntando se aparece tudo que tem na música no filme, e que se segue tim tim por tim tim do que Renato Russo escreveu um dia, a resposta é NÃO, mas nem por isso é um problema. As adaptações feitas da música para o cinema são coerentes e tornam o filme ainda mais atrativo, levando em consideração que alguns aspectos simplesmente não iriam funcionar fora da nossa imaginação.

Em uma dessas adaptações que Maria Lúcia sai de vilã e se consagra como mocinha, Pablo se torna um personagem inesquecível e muitas perguntas não respondidas da vida de João de Santo Cristo são respondidas com maestria. Conhecendo ou não Renato Russo, Legião Urbana, e sua música, vá ver esse filme… prometo que você não irá se arrepender!

 

Faroeste Caboclo, Brasil (2013), Drama/Ação – 100 min

Elenco: Fabrício Boliveira, Ísis Valverde, Felipe Abib, Flavio Bauraqui, César Troncoso, Marcos Paulo, Antonio Calloni e Rodrigo Pandolfo

Direção: René Sampaio

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