Crítica: Lola

Crítica: Lola

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Sabe o mundo dos adolescentes de hoje em dia (muitos provavelmente estão lendo isso, eu espero) se distancia cada vez mais da adolescência que as pessoas da minha geração tiveram, principalmente com toda essa tecnologia que existe por aí, mas os problemas e situações que os afligem continuam parecidos com os da geração anterior e isso é a maior parte da temática de Lola. Isso não é novidade no cinema, filmes que mostram os problemas e conflitos, mas aqui certas falhas apagam todo o charme que outros filmes do gênero possuem.

Bem vemos tudo isso na ótica de Lola (Miley Cyrus), carihosamente chamada de LOL (que quer dizer Laughing out loud, tipo “morrendo de rir” em linguagem de MSN. Eu nunca usei isso, mas nunca fui muito antenado nessas coisas…) e tudo o que ela quer no seu último ano escolar é ter um ano inesquecível com suas amigas e seu namorado. Mas mal ela volta para o ambiente escolar e já descobre que o seu namorado a traiu durante as férias. E tão perto, mas também tão longe, está Anne (Demi Moore), mãe de Lola que além de tentar lhe dar com os problemas da filha adolescente, já que não existe muita aproximação entre as duas, ainda tem que lidar com sua própria história mal resolvida com Allen (Tom Jane), pai de Lola. Mas aos poucos ambas vão percebendo que não são tão diferentes assim uma da outra.

A fita, refilmagem do francês “Rindo à Toa”, tem seus prós, uma história até que simpatiquinha, mas os contras pulam mais aos olhos. Embora pareça que a personagem de Demi Moore pareça um tanto displiscente com a filha, o que eu entendi por displicência era justamente pra gerar essa identificação entre Mãe e Filha. Personagens são meio jogados na história apenas pra gerar essa identificação, como o detetive interpretado por Jay Hernandez. A mãe nem o conhecia e já saiu aceitando carona, pra depois descobrir sua profissão (e descobrir acidentalmente). E se ele fosse um estuprador, ou sei lá ? E Tom Jane é super mal aproveitado, mal foi mostrada sua relação com a filha, e sem mencionar que ele tá mais parecido com o seu personagem em Hung. É mais capaz que as meninas se identifiquem mais, se lembrando da época que tinham aquela paixão arrebatadora por algum professor.

Lola tem uma história que, apesar de não apresentar novidade nenhuma (todos já fomos, alguns estão sendo e alguns serão adolescentes um dia) mas poderia ser melhor trabalhada, ela tem inúmeros clichês (mas a vida de um adolescente é lotada de clichês…). Mas ganha pontos simplesmente por Miley Cyrus estar se esforçando pra tentar tirar o estigma de Hannah Montana, mesmo que tenha começado com um filme voltado pro mesmo público. E também porque ela não tem chance de cantar aqui. E ao invés de ouvir Justin Bieber, símbolo atual dos adolescentes, ela prefere ouvir um Rolling Stones.

 

Lola, EUA, 2012, 97 min.

Elenco: Miley Cyrus, Demi Moore, Douglas Booth, Ashley Greene, Tom Jane.

Direção: Lisa Azuelos

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