Crítica: Robocop

Crítica: Robocop

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A expectativa para Robocop é grande, principalmente para os fãs que acompanham a trajetória de Alex Murphy desde 1987, ano que se lançou o original dirigido por Paul Verhoeven. Uma coisa deve ser levada em consideração: as épocas em que cada filme foi filmado. É óbvio que o impacto é diferente e que o remake será muito criticado, por outro lado também será muito aclamado.

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Na Detroit de 2027, a empresa local Omnicorp quer colocar robôs para patrulhar as ruas norte-americanas, mas a opinião pública é contra. Quando um policial se fere gravemente, retorna à vida como um poderoso ciborgue na luta contra o crime, mas sua humanidade é um problema para a corporação, assim como sua eficiência. A partir daí muitos ajustes são feitos para que sua humanidade seja suprimida e uma reviravolta acontece.

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O maravilhoso trabalho de Padilha é visível, e é preciso se ter em mente que de forma alguma é o mesmo filme original. A tecnologia, a trajetória e até mesmo a discussão é outra. Os personagens familiares do policial não somem, muito pelo contrário, esses personagens permanecem e contam a história de uma forma melhor que o primeiro.

O novo Robocop possui uma consistência que o de 87 não possuía, uma discussão política muito atual, profunda e humanista. O assunto principal é política e a automação da violência, uma discussão sobre homem e máquina.

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Vale a pena destacar que Padilha foi fiel à ideia e essência do filme original, e que tornou o novo emocionalmente surpreendente. E não se preocupem, Robocop cumpre seu papel de entreter, mesmo não possuindo uma violência aflorada e marcante, as sequências de ação são bem desenvolvidas e em alguns momentos parecem um jogo de vídeo game. Joel Kinnaman é um colírio para os olhos, assim como um ótimo ator. O astro precisou de muita concentração e técnica para viver o ciborgue na telona. Os movimentos e a forma de demonstrar emoção são diferentes. Mesclar e separar duas formas de interpretações distintas não é fácil, Kinnaman tinha de separar a linguagem corporal com a emocional.

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Michael Keaton, de Batman para vilão. O ator deu vida a Raymond Sellars, presidente da OmniCorp, empresa que fabrica robôs e ‘drones’ e busca uma saída para inserir os produtos dentro do lucrativo mercado americano, único reduto no mundo onde seus produtos não têm autorização para fazer a ‘segurança’ da população. Sellars não é um vilão que é só vilão, ele possui argumentos válidos. É um personagem oposto ao Robocop extremamente inteligente e com um argumento, exatamente o argumento que se usa hoje em dia para defender ‘drones’. Keaton interpreta bem o astucioso vilão.

Ps: Observem bem o início do filme e riam bastante com Samuel L. Jackson como um jornalista sensacionalista e com garoto do Marketing.

 

Robocop, EUA, 2014 – 117 min.

Elenco: Joel Kinnaman, Gary Oldman, Jay Baruchel, Jackie Earle Haley, Abbie Cornish, Samuel L. Jackson, Michael Keaton.

Direção: José Padilha.

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