Resenha: Assassinato no Expresso do Oriente

Resenha: Assassinato no Expresso do Oriente

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Depois da sua colaboração, ainda que como um coadjuvante em Dunkirk, Kenneth Branagh agora assume o papel principal do peculiar detetive criado por Agatha Christie na frente e atrás das câmeras. E se tem algo que você percebe ao fim do filme é que Branagh aproveitou cada momento dessa viagem, mesmo que ela tenha muitos solavancos ao longo do caminho.

Depois de resolver mais um caso impossível e à caminho de um novo, Hercule Poirot (Branagh) acaba no meio de um grande mistério quando, durante uma viagem de trem, o assassinato de um homem (Johnny Depp) coloca todos que estavam viajando com ele como suspeitos aos olhos do detetive. Cabe a Poirot colocar seus dons à prova para elucidar o caso, mas a cada nova revelação mais perplexo ele fica.

O filme tem uma linda fotografia e direção de arte impecável, com takes de câmeras bastante não-convencionais o que dá um ar bastante diferente ao filme. Branagh é o ponto central, e seu Poirot nos conduz por cada minuto do filme, e ele o faz muito bem, ao mesmo tempo em que mostra o narcisismo e a fragilidade de Poirot. Em todo o momento, há propriedade em suas descobertas e isso o torna convincente e mais que isso, nos faz acompanhá-lo e querer descobrir o mistério com ele.

Infelizmente, talvez por se tratar de um filme e não ter o tempo necessário, os outros personagens não passam de coadjuvantes e fica difícil de você conhecê-los e até se importar com a maioria. Talvez os que mais tenham ganhando um mínimo destaque tenha sido Daisy Ridley. E por vezes o filme se torna maçante, como a longa viagem de trem que os personagens faziam, e durante as descobertas de Poirot, fica muito difícil de acompanhar e guardar nomes e relações que aparecem, até mesmo com o uso de flashbacks, deixando tudo um pouco confuso, porém entendível.

Com filmes cada vez mais explosivos e carecendo de sentido, Assassinato no Expresso do Oriente vem na maré contrária nos trazendo um filme de mistério porém bastante humano. Mesmo com suas falhas, ele não deixa de ser um filme interessante.

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