Resenha: Doentes de Amor

Resenha: Doentes de Amor

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Geralmente um tema bastante recorrente em comédias românticas é o choque de cultura/classe social. Casal que mesmo apaixonado precisa enfrentar a suas diferenças para ficarem felizes para sempre. Clichê? Talvez, mas tem um motivo para gostarmos do clichê, ele funciona. Principalmente quando executado de forma nada pasteurizada, como é o caso de Doentes de Amor (The Big Sick), que coloca um paquistanês dividido entre o amor de uma americana e toda a sua cultura.

Para complicar mais ainda a situação de Kumail (Kumail Nanjiani), pressionado pela tradicionalíssima família paquistanesa a se casar com uma moça da própria cultura, em um casamento arranjado pelos pais, em especial pelos esforços incansáveis da mãe, Kumail se equilibra entre se empenhar para conseguir seu espaço como comediante stand-up e sua namorada, Emily (Zoe Kazan), contrai uma misteriosa doença que a obriga a ser internada. Junto dos pais da moça ele se esforça para cuidar dela e ser honesto com a família.

Parece que temos dois filmes em um: no primeiro uma comédia onde o casal se conhece, muito bem conduzida pelos diálogos bem humorados, e o Kumail/Emily cativa, assim como a família do protagonista, e as performances de stand-up entre momentos para ajudar na comédia. E na segunda metade, quando temos a internação de Emily, o drama de Kumail em descobrir o melhor caminho para ser honesto com a família e principalmente consigo mesmo. Sua dinâmica com os pais da moça (Holly Hunter e Ray Romano, sim, de Everybody Loves Raymond) também o ajuda a conhecer mais dela e a tomar a melhor decisão para si. O filme ganha um tom pesado, refletindo o peso na consciência do protagonista.

Por mais que tenha sequências óbvias, não tentar fugir do lugar comum das comédias românticas, Doentes de Amor pelo menos executa todos esses pontos bem, e entrega uma divertida história, que nos faz querer acompanhar e torcer pelo protagonista até o seu fim. E em se tratando de um tipo de filme que pode facilmente cair para o bobo e meloso, isso já quer dizer muita coisa.

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