Resenha: Transformers – O Último Cavaleiro

Resenha: Transformers – O Último Cavaleiro

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Preciso reconhecer que Michael Bay tem a capacidade de não desistir. Filme após filme, ele continua tentando fazer Transformers cair no gosto popular, não apenas no gosto das crianças que vão adorar as explosões e todos os robôs que viram carros, mas verdadeiramente fazer um bom filme, equilibrado e que possa divertir a todos. Mas ainda que seja extremamente perfeccionista e domine como poucos a arte de fazer um grande filme (grande no sentido de “escala” e não “qualidade”), Bay falha no mais básico: em contar uma história.

Bay parece incapaz de aprender com os filmes anteriores e O Último Cavaleiro falha no mesmo ponto de seus predecessores. Uma história rasa e sem sentido que vai ficando pior e mais evidente na sua falta de chegar a algum lugar, ao longo das suas pouco mais de 3 horas de duração. De um primeiro filme de história simples de heróis contra vilões, e eventualmente escalonando para uma guerra que acabou por usar o nosso planeta como campo de batalha, agora temos uma trama de inúmeras idas e vindas.

Desde a súbita ida de Optimus Prime até Cybertron, a Terra ficou à mercê dos Autobots sem um líder e dos Decepticons. Os humanos passaram então a considerar todo robô como vilão, criando até uma força tarefa para destruí-los. E mais uma vez Cade Yeager (Mark Walbergh) é envolvido quando, ao salvar a menina Izabella (Isabela Moner, que funciona como uma espécie de “mini-Rey”. Tem até o seu próprio BB-8), acaba achando um antigo talismã. O que ele não sabia é que tal peça o levaria até a Inglaterra, para que um lorde britânico (Anthony Hopkins, que tem um robô mordomo estilo C-3PO. Olha aí Star Wars de novo…) possa lhe contar toda a história secreta dos Transformers, que vem desde tempos medievais. Junto deles, a peça principal nesse quebra-cabeças: uma professora (Laura Haddock) descendente de uma sociedade que protegia o segredo dos Transformers. Agora todos tem que unir forças para impedir que a Terra seja dizimada por Cybertron.

Ao longo do filme, Bay tenta fazer conexões de forma desastrosa com os filmes anteriores, como se quisesse “fechar um círculo”. Ela traz de volta Josh Duhamell como o sargento Lennox e coloca Hopkins como um parente distante do personagem de Shia LaBeoulf. Até mesmo John Turturro volta como o hilário agente Simmons. Sua direção se preocupa apenas com as grandiosas cenas de batalha, todas filmadas em câmeras IMAX, mas que são tão longas a ponto de se tornarem tediosas, e você já não entende mais quem está batalhando contra quem e quem ganha no final.

As atuações vão até onde o roteiro permite, mas com diálogos que chegam a ser constrangedores e piadas extremamente mal colocadas. Então é de fato impressionante que um filme que se empenha tanto em manter um nível técnico e visual impressionante tenha um storytelling tão decepcionante. Transformers – O Último Cavaleiro acaba sendo uma longa e turbulenta viagem que não nos leva a lugar nenhum.

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